Até hoje, apenas uma pequena fração de têxteis descartados é reciclada. Enquanto a indústria de roupas dobrou a produção nos últimos 15 anos, o tempo que as mesmas roupas são usadas caíram mais de 30%. Ao mesmo tempo, a crescente demanda por moda rápida de baixo custo está impulsionando um declínio na qualidade dos materiais, o que os torna mais difíceis de reutilizar ou reciclar. De acordo com a Fundação Ellen MacArthur, estima -se que 114 milhões de toneladas de resíduos têxteis sejam gerados a cada ano. Da roupa coletada para reciclagem, 12% são reduzidos em aplicações de menor valor, como material de isolamento, e menos de 1% é usado para fazer novas roupas em uma economia circular de circuito fechado. O alto teor de poliéster de moda rápida também significa que uma quantidade crescente de têxteis descartados é incinerada em plantas geradoras de energia através de resíduos devido ao seu alto valor calorífico.
Campanha regulatória para o desenvolvimento da reciclagem têxtil
Os formuladores de políticas têm um papel fundamental a desempenhar na promoção de um aumento na reciclagem. Na Europa, em 2022, a Comissão apresentou uma Estratégia da UE para Têxteis Sustentáveis4, que inclui prolongar a vida útil dos têxteis por meio da reciclagem dos materiais que contêm em novos produtos de qualidade. A Diretiva-Quadro de Resíduos revisada exige que os países membros da UE estabeleçam sistemas de coleta separada de resíduos têxteis até o início de 2025 e, ao mesmo tempo, novas metas de coleta e reciclagem entrarão em vigor. A infraestrutura para coletar, classificar e reciclar esses materiais precisará expandir rapidamente em preparação para os novos regulamentos.
O desafio da classificação têxtil
“A indústria de reciclagem requer frações puras ou misturas muito específicas”, explica Annika Ludes, engenheira de soluções digitais da STADLER. “Isso significa retirar brilhantes e acessórios do tecido. Os diferentes materiais da peça – o tecido exterior, o forro, as costuras – têm de ser separados, depois devem ser separadas as diferentes fibras de cada tecido (algodão, elastano, poliéster, etc.).
Hoje, a separação de têxteis é feita manualmente e apenas uma pequena parte do material de saída é adequada para reciclagem. No entanto, pesquisas estão em andamento para automatizar o processo com o objetivo de produzir as frações de alta qualidade necessárias para enfrentar o desafio da reciclagem.
Separação automatizada: o caminho para uma economia circular têxtil
A STADLER – fornecedora líder de plantas de triagem para a indústria de reciclagem – está pesquisando soluções automatizadas baseadas em sensores para triagem de têxteis. Em 2017, em parceria com a TOMRA, projetou e construiu uma pequena planta piloto em Avesta, Suécia, na segunda fase do projeto da Plataforma de Inovação Sueca para Classificação Têxtil (SIPTex), financiado pelo governo, que visa desenvolver uma solução de classificação adaptado às necessidades dos recicladores têxteis e da indústria de vestuário.
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